o exterminio os judeus e o principio da realidade
Carlo Ginzburg, historiador italiano conhecido como um dos pioneiros no estudo da micro-história, em seu ensaio O fio e os rastros, se utiliza de vários autores conhecidos no campo histórico e literário tomando-os sempre como base para ora fazer críticas quanto aos seus posicionamentos, ora para elogiá-los em algo considerado assertivo. Nessa obra, de um renome histórico, Ginzburg traça relações entre fato e ficção, entre o trabalho do historiador e a arte dos grandes narradores e críticos do Ocidente.
Passemos, pois para uma análise mais detalhada à cerca do Capítulo 11, intitulado “O extermínio dos judeus e o princípio da realidade”. Ginzburg, logo no início se utilizará de alguns escritos e crônicas de vários autores para fazer então suas críticas a respeito das diversas formas de se escrever ou se contar história. Nessa sua análise, Ginzburg percebe semelhanças e divergências entre dois “fatos” aparentemente diferentes e independentes um do outro. Seu questionamento quanto a esses trechos apresentados é “Como interpretar as analogias entre os dois trechos de Josefo e a passagem, mencionada, da crônica escrita pelo continuador de Guilherme de Nangis? Devemos supor uma convergência dos fatos ou, ao contrário, a presença de um topos historiográfico?” (pág. 212). Nesse sentido, Ginzburg será claro ao escrever que ambos os autores das “histórias” antes relatadas pode ter tido acesso ao que o outro já havia escrito, fazendo com que as convergências antes citadas se fizessem presentes.
É necessário se levar em conta, na prática historiográfica, a importância das testemunhas, ou seja, daqueles indivíduos que sobreviveram a determinado episódio e que através de seus relatos e lembranças, o historiador consegue por em prática e