Direitos Humanos Um Enfoque A Banalidade Do Mal
TEXTO 1.
DIREITOS HUMANOS
Eichmann em Jerusalém: Um relato sobre a banalidade do mal
Elson Sena dos Santos
Resumo: A Teoria da Banalidade do Mal é tida como um desafio ameaçador a toda e qualquer sociedade ou cultura. Nessa perspectiva Arendt 1999 convida coerentemente o leitor a pensar refletidamente sobre filosofia de forma que sejam formulados questionamentos que ultrapassem as fronteiras do tempo a exemplo da habilidade de um Estado em coibir a prática de ações violentas apresentando por conta da sua soberania alvos graficamente organizados[1]
Eichmann, culpado ou vítima de um mal que encontra sua raiz na natureza humana?
Quem foi Eichmann? Na década de 60, Adolf Eichmann fora captado e transportado para a cidade santa dos Judeus, Jerusalém, por determinação das tropas israelenses, onde se esperava que fosse ocorrer o mais famoso julgamento de um algoz nazista. Eichmann até então, considerado como um ser imaginado pela mitologia, sanguinolento, mostra-se, durante o processo, alguém muito diferente das expectativas alheias quanto à sua personalidade. Deparam-se com um servidor público de pouca monta, uma pessoa que tinha por objetivo primordial vencer na vida a todo custo, cheio de esperanças, incapaz de refletir sobre as conseqüências de suas ações, e; impossibilitado de escapar da grande fúria dos que assistiam ao grande espetáculo do julgamento.
É neste contexto que Arendt traz às claras, a Teoria da Banalidade do Mal, que é tida como um desafio ameaçador a toda e qualquer sociedade ou cultura. Nessa perspectiva, a autora convida coerentemente o leitor a pensar refletidamente sobre filosofia, de forma que sejam formulados questionamentos que ultrapassam as fronteiras do tempo, a exemplo da habilidade de um Estado em coibir a prática de ações violentas, apresentando por conta da sua soberania, alvos graficamente organizados. O pensamento arendtiano apresenta ainda o conceito inovador sobre a