O ESTUDO DAS MUTAÇÕES
Em uma população, os organismos dotados do melhor conjunto de características têm maiores condições não apenas de sobreviver como também de se reproduzir e passar as suas características para as gerações futuras. Esse é um aspecto fundamental da evolução: a taxa diferencial de reprodução. Seres mais aptos devem gerar maior quantidade de descendentes, de tal forma que suas características tendem a predominar, com o passar das gerações.
Vamos analisar uma seguinte situação concreta: em um lugar de clima frio, onde neva com freqüência, há uma espécie de pombos de plumagem castanha. Essas aves são predadas por carnívoros que habitam a região. Em um dado momento, surge uma ave mutante, cuja plumagem é branca. Como a sua coloração é igual à da neve, consegue passar despercebida e escapar dos predadores. Cruzando com outras aves, origina descendentes com plumagem branca. Essas aves têm menor probabilidade de serem devoradas e maior probabilidade que as demais de alcançarem a idade fértil e se reproduzir. Geração após geração, plumagem branca passa a predominar, até que todas as aves da região sejam brancas.
Essa mesma mutação seria catastrófica se ocorresse em uma outra região, como em uma floresta, onde as aves brancas seriam reconhecidas com mais facilidade. Há dois aspectos relevantes:
· O ambiente não determina a ocorrência de uma mutação específica. A ave não se tornou branca porque o ambiente é branco! O ambiente exerce papel de seleção, eliminando os indivíduos portadores de características desfavoráveis e privilegiando os que têm aspectos favoráveis. Esse crivo que determina a permanência ou o desaparecimento das características é a seleção natural.
· Para que se possa dizer se uma mutação é favorável ou desfavorável, precisamos conhecer quais são as exigências do ambiente. Uma mesma mutação pode ser muito favorável, em uma região, e uma tragédia, em outra região! Uma característica que, em uma certa situação, é favorável e aumenta