O estudo antropológico da evolução do sexo
O Estudo Antropológico da Evolução do Sexo
Iniciaremos um estudo de um sistema comportamental onde o reforço pelo prazer é justificado evolutivamente, em parte, pela flexibilidade comportamental por ele demonstrada, ocasionando um maior ajuste do organismo que exibe o comportamento, em seu meio de adaptação. Esse papel do prazer no comportamento modulado pelo ambiente pode também ocorrer exatamente naquela classe de comportamentos às quais o prazer é mais imediatamente associado, isto é, os comportamentos sexuais. Não podemos esquecer de levar em consideração que, os comportamentos alimentares, os comportamentos sexuais levam os organismos que nele se engajam a uma sensação de prazer superada talvez apenas pela aplicação de certos psicotrópicos ou pela estimulação elétrica direta de certos centros nervosos, situações que certamente não ocorrem no meio de adaptação de qualquer animal ou ser humano saudável.
Podemos concluir, que a estampagem sexual, ocorrendo do mesmo modo que a estampagem materno-filial, não necessita do prazer para sua execução: isto é, o organismo estampa seu “modelo” de parceiro sexual logicamente antes de qualquer contato sexual e, desta forma, o fenômeno não poderia ser influenciado pela capacidade de sentir prazer. Assim, em mamíferos, temos filhotes exibindo comportamentos sexuais desde cedo, muito antes que a atividade sexual completa possa se estabelecer. Filhotes humanos executam ações masturbatórias muito cedo, e não é desconhecida sua atividade sexual parcial no início da infância. Que esses componentes da atividade sexual sejam exibidos precocemente é prova suficiente de que boa parte dos comportamentos sexuais é inata, ou seja, geneticamente programada. Mas a determinação do objeto sexual, para o qual esses comportamentos se dirigem, não é inata. Logo, a estampagem sexual não precisa ocorre exatamente do mesmo modo e no mesmo modelo geral da estampagem materno-filial (onde não