O estado oligárquico na américa latina –
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Marcos Vinícios Luft
Capítulo 1 – Civilización y barbárie. El arranque del proyecto oligárquico. (18501880) A América Latina, em 1850, não parece muito mudada em relação ao período colonial. Mas isso é um engano. Há muitas mudanças após as independências. A reativação econômica da Europa e a inserção da América Latina na economia mundial amplificam e reforçam traços encontrados antes de 1850. O período entre 1850 e 80 é marcado por novidades na continuidade. Há uma nítida consciência de que algumas pessoas pertenciam a uma classe que dirigia a política, administrava a economia e dominava a sociedade, que propunha aos outros grupos sociais subalternos um projeto referente ao futuro de seu país. Essa é a grande mudança do período, superando as contradições do processo de emancipação política. Esse período não se caracteriza por uma nova ordem, nem pelo assentamento das novas bases políticas, econômicas e sociais. Essa é a fase inicial da hegemonia das oligarquias, de uma classe com origens coloniais, que baseia seu poder no controle dos fatores produtivos (muito mais concentrado que nos períodos anteriores) e que utiliza o poder político para aumentar sua dominação sobre as restantes camadas sociais. Economia A expansão econômica não se constituiu num fenômeno que ameaçasse a ordem vigente na sociedade. Não era necessária uma renovação da estrutura produtiva. A alta concentração da renda nacional em poucas mãos impediu que os efeitos positivos do incremento das exportações fossem sentidos em toda a sociedade. Só os grandes se aproveitaram do progresso das exportações. Entre 1850 e 80 há um moderado incremento das rendas nacionais, conseqüência da reativação do comércio exterior, o que não foi igual em todas as regiões, favorecendo especialmente as áreas do Atlântico e voltadas à exportação de bens agrícolas de clima
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Licenciando em História pela Universidade Federal do Rio Grande do