O estado deve intervir no processo econômico?
Na troca de comando da Vale, muito se falou, muito se especulou, muito se despolitizou, alguns até afirmaram na ideologização da economia ou da empresa. Apesar de ter sido privatizada no governo FHC, o Estado brasileiro detém via PREVI e BNDES, 60,5% da companhia.
Portanto, a discussão de fundo que fica é qual o papel do Estado na economia? Para alguns, principalmente aqueles que eram completamente contra a mudança na Vale, defendem que a ação governamental deveria restringir-se à produção dos chamados bens públicos, como por exemplo, segurança, educação etc.
Ou então, com base em expectativas racionais, defendem que os agentes econômicos, ao formarem suas expectativas sobre alguma variável econômica, acabam por tentar verificar como aquela variável se comporta no tempo. Admitindo que exista uma teoria econômica que explica o comportamento da variável, os agentes formam suas expectativas com base na própria teoria explicativa. Assim, seriam evitados erros sistemáticos.
Para lembrar um liberal convicto, Hayek, o mercado é um processo de troca e de acumulação de informações, não um ambiente estático dotado de forças que o reconduzem ao equilíbrio. As intervenções do Estado são nefastas, pois só o processo de mercado torna possível a inovação dos métodos de produção e de organização, a partir do continuado fluxo de informações que surge de interação entre os indivíduos livres.
Entretanto, como sempre afirmou o historiador Fernand Braudel; “o erro mais grave dos economistas é sustentar que o capitalismo é um sistema econômico. Não devemos nos enganar, o Estado e o Capital são companheiros inseparáveis, ontem como hoje.”
A partir da década de 70 com a inicialização das reformas liberais, mobilizou-se recursos financeiros e políticos dos Estados nacionais para fortalecer os respectivos sistemas empresariais envolvidos na concorrência global.
Nesse caminho, as corporações globais, com o apoio decisivo do Estado,