O ENSINO E A HIST RIA
Um simples e corriqueiro acidente de trânsito é capaz de gerar diversas versões sobre um fato que levou apenas uns poucos segundos. É próprio da natureza humana e perfeitamente justificável que isso aconteça. Dependendo do ângulo de visão a impressão muda e é justamente com o passar do tempo que o esclarecimento amadurece e se completa pondo fim às discussões. Por que, justamente, com o evento mais importante da história ocidental, cujo início teria durado praticamente um século inteiro, contamos apenas com uma versão? Por que até hoje se discute essa versão? Será que houve um dia em que tenha havido no mundo um único acidente de transito e a atenção mundial tenha se voltado exclusivamente para ele?
A história nunca parou para dar passagem a ninguém. Foi parada!
Estudar o passado é atribuição especial da história, que é parte literatura e parte ciência; não é preciso dizer que os historiadores dessa época interessavam-se vivamente pelo passado, imediato ou remoto, dos próprios gregos e dos chamados “bárbaros”; também não ignoravam a história da sua própria época. Inúmeros autores, alguns dos quais participaram dos incidentes que descreveram, redigiram a história do reino de Alexandre. As monarquias helenísticas e as cidades gregas, individualmente, também tiveram seus historiógrafos.
[…] os livros entraram nas casas particulares e nas famílias, o que promoveu o comércio de livros e lançou os alicerces para os empreendimentos editoriais. A ubiquidade dos livros na vida dos gregos helenísticos é claramente provada pelas descobertas de livros ou folhas esparsas nas casas particulares e nos túmulos dos gregos que nas cidades ou mesmo nas aldeias do Egito.
ROSTOVTZEFF, Michael Ivanovich, História da Grécia, Zahar Editores, Rio de Janeiro, segunda edição, 1977, p. 295
Não é de se dizer que não possuímos outras versões pela falta de interesse de historiadores e escritores ou pela falta de meios de se angariar leitores. Também em Roma, no