O Discurso do Desejo
A interpretação de sonhos No capítulo III, do livro “ Freud e o Inconsciente” na sua 24˚ edição o autor Luiz Alfredo Garcia Roza discorre sobre “O discurso do desejo: A interpretação dos sonhos” . Roza escreve que Freud considerava a descoberta da “Traumdeutung” a mais valiosa de todas, embora na primeira edição ser vendido apenas 351 exemplares, o livro “ A interpretação dos sonhos “ é sem dúvida um dos livros mais importantes do século XX, antevendo isso Freud espera a virada do século para lançar a primeira edição, porém entre a elaboração do “Projeto” (1895), lançado apenas 30 anos depois e “A interpretação dos sonhos” Freud descobre o “Complexo de Édipo” uma das bases importantes para o futuro da psicanálise, sua relevância ao que tange a sexualidade infantil, à superação da Teoria do Trauma e principalmente aqui a importância das fantasias infantis e sua articulação ao desejo. Já em “A Interpretação dos Sonhos” Freud inicia dizendo que os sonhos dos neuróticos não diferem em nada dos sonhos dos normais, a diferença de ambos vigora durante o dia e não no mundo onírico, relatando que os sonhos não são só uma ida ao inconsciente, mas também o ponto de articulação entre o mundo normal e o patológico. Freud faz duas afirmações iniciais, a primeira é que os sonhos não são absurdos e que é possível interpretá-los cientificamente e a segunda é que os sonhos são realizações dos desejos. Psicanaliticamente não é o sonho que é interpretado, mas sim seu relato, que parece inteligível tanto pelo o interprete como para o sonhador, Freud pressupõe que o sonhador sabe o significado, apenas não sabe que sabe e a função da interpretação é a de produzir inteligibilidade do sentido oculto, que não está acessível, por ser o sonho uma forma disfarçada de realização dos desejos, porém, incidindo no mesmo a censura, resultando numa deformação onírica. Freud diz que o sonho que recordamos está sujeito a esta deformação para proteção do sujeito do