O Diabo no Medievo

No início do advento do Cristianismo, passa-se á ter uma ideia de um mundo polarizado, delimitado pelo antagonismo entre Bem e Mal, que será de suma importância nas práticas e nos dogmas religiosos que aparecerão no decorrer na Idade Média. Num contexto inicial, pode-se colocar que temos por um lado o Diabo, o Tentador, o Opositor, juntamente com suas falanges demoníacas tentando fazer frente à Jesus, o Salvador, Guia dos homens. Nesse contexto a figura do Diabo se torna cada vez mais a principal desafiadora da nova religião que esta se estabelecendo e passa à ser associado à tudo aquilo que afasta os fiéis da igreja e de Deus, adquirindo a verdadeira forma de um inimigo.
A Cristandade passa então à enxergar o Diabo na representação de outros deuses, principalmente nas divindades pagãs. Vale destacar que mesmo os Judeus são acusados de estarem adorando à Satanás nos seus cultos, tendo em vista que os Cristãos não aceitavam de bom grado a descrença Judaica em relação à Jesus.
Foram os Pagãos, porém, os que mais foram perseguidos e acusados de rituais de adoração à Satã e seus demônios. Eram atribuídas características demoníacas aos Deuses do panteão Romano, e os mesmos eram acusados de incentivarem a perseguição dos Cristãos e as heresias que se abatiam sobre a Igreja. Assim sendo, não tardaram as medidas tomadas por imperadores como Constâncio, Valentiniano e Teodósio para tentar eliminar a ameaça pagã. Dentre as medidas implementadas, se encontram a pena capital para os praticantes dos sacrifícios e para aqueles que se convertiam ao Cristianismo e voltavam posteriormente ao culto das velhas crenças pagãs. Estas medidas não obtiveram um grande êxito, apenas isolando o paganismo às áreas periféricas e rurais, de onde vem a terminologia Pagani.
Uma dualidade passa então à envolver o insucesso na eliminação completa do Paganismo por parte dos Cristãos. Ao passo em que passam à demonizar ainda mais qualquer manifestação cultural Pagã, Os Cristãos também passam à