Plano de negocio
| Judeus rezando no Yom Kipur, de Maurycy Gottlieb |
Associar judeus ao Diabo e marginalizá-lo foi uma rotina dentro do discurso cristão, inserido na realidade medieval. As condições precárias de Israel em termos de escassez de recursos naturais e a perseguição do período romano, culminram na diáspora (dispersão) judaica ou Galut. Dispersos pela Europa e depois pela América, se configuravam como um povo sem pátria, uma etnia sem nação.
Na Europa, durante o período medieval, em uma sociedade definida segundo a ótica da Igreja Católica, estamental, dividida em ordens: os que rezam, os que lutam e os que trabalham (oratores, bellatores e laboratores), os judeus não podiam ser senhores, não podiam pertencer ao clero, não podiam ser servos, nem juram vassalagem. Resumindo eram excluídos da sociedade medieval.
Excluídos no campo, a maioria dos judeus foram para as cidades passando a se dedicar ao comércio e ao artesanato. Comercializar passa a ser uma profissão tipicamente judaica. A partir do século XI a nascente burguesia cristã entrará em choque com os judeus. As Corporações de Oficio conspiraram para obter a expulsão dos judeus do comércio e do artesanato. Foi um processo paulatino fruto da ambição da burguesia cristã em dominar o comércio.
Expulsos do comércio, só restou-lhes a opção de se dedicarem à usura (empréstimo de dinheiro a juros), prática condenada veementemente pela Igreja. Contraditoriamente, embora taxados como pecadores contra Deus, os judeus eram necessários e fundamentais para a expansão econômica comercial dos negócios nas cidades, mesmo assim foram expulsos de vários países.
De fato, até antes mesmo de ser concorrente econômico do burguês cristão, o judeu já era assistido como deicida, pária, inferior e nocivo. As heresias e a questão judaica eram confundidas como facetas de uma mesma luta dualista, entre o bem e o mal, entre Deus e o Diabo. Associar o judeu com heresia e/ou com