Estruturas Mentais da Europa Medieval A Visão Hierofânica: Para o homem medieval o referencial de todas as coisas era o sagrado. O sucesso ou fracasso na colheita, a falta ou abundância de chuva, tudo tinha ligação com o sagrado, afinal o homem não tinha conhecimento das ciências. Para os medievos a natureza tinha uma conotação sagrada pois Deus estava ligado diretamente a ela e se manifestava através dela. Na idade média, acreditava-se que os fenômenos naturais eram resultado da insatisfação ou satisfação de Deus com suas criaturas. No século XII nasce o conceito de purgatório que serviu para criar no imaginário cristão um espaço entre a dualidade que existia no pensamento medieval de bem contra o mal. Dentro desta conjuntura a interpretação hierofânica do mundo sempre estava ligada a fenômenos exteriores que eram divididos em três: O maravilhoso, o milagre e a feitiçaria. Segundo Jaques Le Goff, o maravilhoso e o milagre eram normalmente ligados ao Deus cristão e a feitiçaria aos demônios das religiões pagãs. Para Jaques Lê Goff, na idade média não havia uma certeza sobre as reais origens das manifestações hierofânicas, ou seja, não sabiam se os feitos dos feiticeiros provinham de Deus ou dos demônios e somente a partir do século XIII São Tomáz de Aquino começa a propagar a idéia de que os demônios também eram capazes de realizar milagres. Nos fins da idade média a crença comum era de quê toda doença era causada por um fator externo de origem espiritual e vários santos da igreja tinham a fama de serem os causadores dessas enfermidades nas pessoas como forma de castigarem ou testarem a fé. Para se defenderem desses problemas espirituais as pessoas se defendiam usando amuletos, filtros ou exorcismos. É muito interessante perceber como era a crença dos medievos no tocante a Deus e o Diabo, pois eles acreditavam que o Lúcifer era a outra face de Deus e que no fim do mundo