Diatdura
Resumo: Nós nascemos rodeados de imagens. Desde os primeiros momentos a espécie humana recorreu as imagens como ferramenta de expressão, de suas emoções, de seu cotidiano e de seus medos. As representações imagéticas sempre foram importantes, ou talvez o mecanismo mais importante de coesão nas relações de poder. Foram através delas que encontramos um meio de aproximação entre nós e nossos seres sagrados e através delas somos influenciados. Contudo, a determinadas representações que intrigam gerações e se são fonte de estudos por décadas, que nos atrai a cada nova explicação acadêmica ou teológica e que nos instiga a buscar novas justificativas. Dentre essas imagens, existe uma que a séculos vem provocando discussões e estudos, uma tentativa incessante de se encontrar respostas para a figura mais obscura da religião: o Diabo. Ao longo de anos sendo representado e denominando de formas diferentes, o Diabo é uma das figuras que mais levantam dúvidas, duvidas essas que nunca se acabam. O presente artigo visão abordar como esse ser “mitológico” foi um dos instrumentos mais importantes da Igreja Católicana tentativa de agregar fiéis a religião em um determinado momento histórico em que a instituição eclesiástica dominava todas as formas de expressão da sociedade.
Palavras – chaves:Representações, Igreja Católica, Diabo, Idade Média.
I. A formação do Diabo: o contexto da construção da imagem.
A Idade Média é um período recordado como o ápice da religião católica. O cristianismo tinha o controle sobre o modo de vida, as regras vigentes da sociedade e sobre o pensamento da população. Pela historiografia, é um período conhecido pela grande exacerbação sócio espiritual, presenciando grandes catástrofes como por exemplo a Guerra dos Cem Anos e a Peste Negra. As inúmeras desgraças e tragédias levaram aos homens a se indagarem e buscarem uma