O dever pátrio nas obras dos deveres e da república, de cícero
Não é suficiente ter a virtude, por assim dizer, como uma arte, a menos que se a pratique. Ainda que uma arte não seja praticada, sua ciência pode ser mantida, porém a virtude está posta inteiramente em seu uso; no entanto, sua prática máxima está em governar a ciutas e não no discurso perfeito (...). Pois nada é dito pelos filósofos, ao menos nada que seja dito de maneira reta e honesta, que não tenha sido obtido e confirmado pelos que prescreveram as leis para as ciutates. (De República, I, 2).
Deste modo, a República deve ser tratada sempre como uma prioridade, pois é a República que nos oferece todos os bens, ela é a boa ciutas, onde tudo quanto há de proveitoso para o homem é confirmado pelos costumes e sancionado pela lei. Por isso, é necessário que todo homem esteja pronto para servir sua pátria quando esta necessitar dele, e, segundo o autor, o homem sábio é aquele que durante toda a vida preparou-se para servir sua pátria, e que não busca afastar-se dos assuntos que a ela dizem respeito para dedicar-se ao seu ócio, pois a administração do que é de todos, da coisa pública, é dentre todas as atividades a mais honrosa, preferível mesmo ao ócio. O verdadeiro sábio não negligencia os conhecimentos acerca da administração pública, ao contrário, o verdadeiro sábio compreende que “se deve preparar tudo o que não sabe, caso algum dia seja necessário usar” (De República I, 11). Para Cícero, isto é agir em conformidade com a