o destino do jornal
“Mais do que informações e conhecimentos, o jornal deve transmitir entendimento.” É o que escreve Ricardo Noblat, em seu texto “A arte de fazer um jornal diário” sobre a função desse meio de comunicação. Entre suas definições de princípios, ética, regras do jornalismo e histórias contadas, Noblat aborda um tema que também é foco de outro escritor, Álvaro Caldas, em seu texto “O desafio do velho jornal é preservar”, do livro “Deu no jornal”. O tema em questão é o futuro do jornal impresso, o periódico.
Noblat e Caldas, apesar de falarem do mesmo assunto, utilizaram abordagens diferentes. Enquanto o primeiro tenta mostrar ao leitor um modelo de ética que precisa ser seguido pelos jornalistas, citando fatos como o da morte do jornalista Tim Lopes, declarações fora de contexto do ex-presidente Lula e dando dicas para que o estudante seja um bom profissional; o segundo sustenta uma espécie de “linha do tempo”, contando como eram as redações e os repórteres alguns anos atrás, como se procedeu a evolução aos dias de hoje, levantando a questão da obrigatoriedade do diploma de jornalismo e tentando prever o destino do veículo impresso.
Mesmo assim, a opinião de ambos sobre o que vai acontecer com o jornal é uma só: este deve ser conteudista. Ou seja, o leitor esperará encontrar nele originalidade, texto interpretativo e analítico, com suas implicações e possíveis repercussões na vida de cada um. “O fato situado dentro de um contexto mais amplo, ao lado de pesquisa e opinião”, segundo Álvaro Caldas. Já o fato em sim, será reportado nos veículos online, tomando um caráter de primeiro registro sobre o acontecido.
Outro assunto muito levantado é a necessidade de um profissional polivalente, que deverá saber sobre todas as áreas de uma redação, levando ao público seu dever de “falar a verdade”.