O desaparecimento dos intelectuais pós século xx
SÃO CARLOS – SP
O desaparecimento dos intelectuais
As últimas décadas vem nos mostrando inúmeras transformações (guerras, revoluções, crescimento das desigualdades) dentre elas o desaparecimento dos intelectuais, como o mencionado por Tony Judt no livro: “Reflexões sobre um século esquecido”.
Inicialmente, é destacada a dificuldade enfrentada pelos que se propõem a conceituar o termo “intelectual”, pois ele resumi significados variados e é utilizado de diferentes formas para identificar indivíduos e/ou grupos sociais. Resgata-se a visão de alguns autores que trabalharam com essa temática, destacando que o debate sobre os intelectuais manifestou modernidade e ganhou contornos mais nítidos no final do século XIX e início do século XX, sobretudo com o caso Dreyfus, citado por Tony. Definiremos o termo “intelectual" a: “aquele que vive predominantemente do intelecto" e "que domina um campo de conhecimento ou que tem muita cultura geral; erudito, pensador, sábio".
Partindo desse pressuposto pode-se começar a análise do século XX que segundo Judt é o século do intelectual comprometido, engajado normalmente em um ideal, dogma ou projeto, que eram homens e mulheres do mundo acadêmico, literário ou de outras artes que se dedicavam ao debate e a influência a opinião pública e política.
“O século XX foi em muitos aspectos uma era realmente medonha, uma era de brutalidade e sofrimento em massa que talvez não tenha par nos registros históricos.” segundo Tony, porém hoje em dia, os indivíduos da sociedade não têm muita paciência para ler, escutar, “ruminar as palavras”. Cada um quer colocar seu ponto de vista, responder, mostrar que sabe. Não há mais tempo para um diálogo em que se fala tranquilamente, escuta-se pacientemente, para só depois inverter-se os papéis. Todos falam ao mesmo tempo. Nem bem recebem a informação, e já tem suas posições formadas e bandeira hasteada para marcar o território. Se fala muito, porém