O daemon de sócrates
Além de outras grandes personalidades da História, como Joana Darc, o filósofo grego Sócrates ouvia freqüentemente uma voz que lhe transmitia mensagens e ensinamentos. Dizem que ele ouviu e obedeceu a voz dessa presença invisível até o momento de sua morte. Sócrates nunca escondeu esse fenômeno de ninguém, com receio de ser chamado de louco.
Muito provavelmente, psiquiatras e psicólogos modernos vão dizer que Sócrates sofria apenas do que a psiquiatria chama de alucinações auditivas. Mas será que o filósofo que foi um divisor de águas na filosofia grega, tendo separado a História dos filósofos em Socráticos e pré-socráticos era apenas um homem que alucinava?
Os estudiosos do espiritualismo, misticismo e esoterismo dirão que Sócrates teve contato com alguma entidade espiritual. Essa entidade era chamada na época de daemon. Os discípulos de Sócrates, Platão e Xenofonte, denominaram esse ser de um “daemon”, ou seja, um gênio ou inteligência invisível que teria a função de mediar as relações do homem perante p divino. Essa palavra grega foi equivocadamente traduzida como “demônio”. O Daemon de Sócrates nada tem a ver com demônios, seres devotados unicamente ao mal, tal como eram concebidos pela Igreja Católica.
Sócrates dizia que “Desde que eu era uma criança, uma voz impediu-me de fazer coisas. Contudo, ela nunca me induziu a fazer nada”. Isso significa que o seu daemon, ou daimon, nunca teve a intenção de interferir em seu livre arbítrio, não procurou alterar a sua vontade consciente e nunca lhe deu ordens do que se deve ou não fazer. Parece que o daemon apenas sugeria, orientava ou transmitia ensinamentos sobre o que lhe convém e o que não lhe convém. Nesse aspecto reside uma evidência de que o daemon era, de fato, um espírito depurado, livre de desejos de mando ou de qualquer busca por poder ou submissão dos seres humanos. É provável que se tratasse de uma entidade voltada para o bem e o amor. Por isso motivo, Sócrates, que lhe seguia