O Crime Do Padre Amaro
O livro “O crime do padre Amaro”, é um livro que pode ser lido em vários níveis, obra de um autor que dialoga com o leitor em inúmeros planos. A impressão mais forte foi a de um Eça moralista, no sentido de que Nelson Rodrigues também foi um moralista: os dois são mestres na arte de chocar para educar.
O primeiro nível, se é que assim pode ser chamado, é um exuberante ataque às instituições religiosas como um todo e o catolicismo em particular, pela denúncia das mazelas que o autor percebia na igreja de sua época, como a corrupção por parte de membros da igreja e a quebra do celibato, que contribuíram para tais perseguições na época.
Digo exuberante porque Eça de Queirós disseca os costumes de seu tempo com o fino bisturi da ironia, com o dom de nos fazer rir com as maiores perversidades. O livro tem várias passagens muito engraçadas, contadas com muita habilidade.
- De que modo Amaro se torna padre? Que tipo de ironia há?
O narrador, através de uma retrospectiva, conta que Amaro ingressou no seminário aos 15 anos, por obediência a sua tia que lhe criara com os preceitos cristãos. Porém, não era esse o seu desejo. Desejava mesmo era estar com uma mulher, chegando até associar a imagem de Nossa Senhora a uma, sentindo desejo por ela.
Sendo assim, não por vocação e mais por comodismo, Amaro tornara-se padre. Em Leiria, rezava missas por costume, mas seu pensamento e sua ocupação era Amélia.
RESUMO
O Crime do Padre Amaro, obra do escritor português Eça de Queirós publicada em 1875 faz, através de sua narrativa, uma direta crítica à vida hipócrita do clero e da sociedade burguesa.
Após a morte do pároco José Miguéis, foi transferido para Leiria um padre jovem chamado Amaro Vieira. Aconselhado pelo cônego Dias, seu mestre de moral no seminário, Amaro foi instalar-se na casa da D. Joaneira. À noite na casa, havia encontros entre beatos e o clero, marcados por jantares, músicas, conversas, jogos