o crime do padre amaro
Amaro se torna padre por vontade da Marquesa de quem sua mãe era criada. A princípio, a ideia de ser padre lhe atraía. Ele pensava no respeito social que o serviço ao clero inspiravam. Mas depois, antes mesmo de entrar no seminário, foi deixando a “vontade” ou o que seja lá que tinha da ideia de ser padre. Amaro começava a sentir os desejos naturais de um jovem de 15 anos por mulheres, e o querer de não ter sua liberdade reprimida.
“Por esse tempo começava a sentir um certo afastamento pela vida de padre, porque não poderia casar. Já as convivências da escola tinham introduzido na sua natureza efeminada curiosidades, corrupções. Às escondidas fumava cigarros: emagrecia e andava mais amarelo.” (p.20).
Quando entra no seminário, amaldiçoa a marquesa pela promessa que o prendia aquela obrigação. Invejava aos estudantes, por terem sua liberdade garantida, e passou a considerar a clausura do seminário sua própria penitência.
“Sentia, sem as definir, estas perturbações; elas renasciam, desmoralizavam-no perpetuamente; e já antes de fazer seus votos desfalecia no desejo de os quebrar. E em redor dele, sentia iguais rebeliões da natureza: os estudos, os jejuns, as penitências podiam domar o corpo, dar-lhe hábitos maquinais, mas dentro os desejos moviam-se silenciosamente, como num ninho serpentes imperturbadas.” (p.21)”.
Quando enfim se ordena padre, depois de passar um tempo como pároco de uma cidade simples e solitária, ocupa o lugar do