O Cosmopolitismo Do Pobre
Programa de graduação em Publicidade e Propaganda
“COSMOPOLITISMO DO POBRE” NA TELENOVELA BRASILEIRA
Um leitura de Avenida Brasil, de João Emanuel Carneiro
Driely Marques de Oliveira
Ellen Jéssica Pereira Martins
Fernanda Granato Vieria
Juliana Ferreira Guerra
Pedro Henrique Dias de Souza
Renan Machado Ribeiro Carvalho
Thiago Lucas Gomes da Silva
Belo Horizonte
2014
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1- INTRODUÇÃO
Atualmente percebemos maior visibilidade das classes marginalizadas nas mídias, mas para compreender este fenômeno é preciso, antes, entender quem são aqueles chamados de marginalizados. Para este trabalho, são considerados marginalizados os que chegam à cidade e não encontram seu lugar, independente da idade, cor e sexo, pois a falta de poder aquisitivo e de inserção econômica são considerados um dos fatores marginalizador. Santiago (2004) defende que a partir da modernização econômica e tecnológica do país as populações rurais perderam seu trabalho no campo e migraram para os centros urbanos em busca de condições de trabalho e subsistência, porém se depararam com um cenário de superpopulação diante da incapacidade das cidades de acomodar tantas pessoas. Esse movimento migratório aconteceu desde o século XIX, a partir da industrialização do país, e vem perdurando, de forma mais ou menos intensa, de acordo com o contexto socioeconômico em que se encontra o país. Jaguaribe (2007) compara os aglomerados formados nas cidades por essas classes marginalizadas à “(...) um labirinto desordenado (...) tão vasta que contem subdivisões. Casas compactadas com lajes para potencial expansão, edificações amontoadas ao longo dos morros” (JAGUARIBE, 2007, p. 144).
A representação midiática desses imigrantes nos primórdios da comunicação de massa se resumia aos jornais, ressaltando suas mazelas e atrasos que causavam para a modernidade. Somente no século XX esta classe ganha voz através do samba, onde tem a