Professora

Resenha Crítica

Ao ler o livro – Chico Buarque Estorvo-, e os textos de Robert Schwartz e Augusto Massi, percebe-se que o livro, foi algo revolucionário tanto na vida de Chico Buarque, como para a literatura e para a crítica literária. Para Chico Buarque1 que foi o seu primeiro romance e por meio dele recebeu o prêmio Jabuti2 em 1992. E para a literatura uma obra contemporânea com tanto rigor e estilo, sendo os próprios críticos.
O livro é algo surpreendente, pois sua narrativa é clara e concisa, porém na primeira leitura o leitor tende a desmotivar e cansar, com uma pessoa tão sem noção como o narrador, uma pessoa que tudo o que faz e/ou pega dá errado, um indivíduo “morto de preguiça”, que quer que tudo e todos a sua volta o ajude, sempre querendo repassar a eles o pobre homem coitado que é.
O estorvo, como dizem alguns críticos é um ato de reconstrução para o - passado do personagem-, personagem esse que não possui nome. A história é narrada no Rio de Janeiro, e conta a vida de uma pessoa que tinha uma situação estável, mas que não teve pulso e capacidade para permanecer na situação que tinha, passando a ser sustentado em certos momentos, pela ex-mulher e pela irmã, chegando ao ponto de até envolver-se com drogas e contrabando. Uma pessoa que não tem apreço a nada e a ninguém. No livro também ficam situações subentendidas como talvez a possível relação homossexual existente entre o seu amigo e o narrador. No trecho que ele também pensar ter alguém no banheiro masculino segurando o seu membro genital, são atos que dão a entender certa confusão em sua escolha sexual. Em outros momentos também pode-se perceber o quão ele fala das mulheres, como se sempre fossem as coitas da história, como a irmã que foi estuprada, a ex- mulher que padeceu com um aborto, dentre outras.
Observa-se também que a obra sempre dá voltas, e nessas voltas determinado assunto é abordado e desvendado, como a pessoa que aparece no início da obra de terno e cabelos compridos, e no