O Cortiço
O Cortiço pertence ao grupo dos romances artísticos e é uma de suas maiores obras. Nele se vê a constante preocupação com as questões sociais, a crítica ao capitalismo selvagem, ao conservadorismo e ao clero e a valorização dos instintos naturais. O autor frequentemente compara os personagens a animais, caracteristica típica do Naturalismo. A supervalorização do sexo, também está presente na obra: Aluísio Azevedo explora várias formas de sexualidade e o sexo aparece no livro muitas vezes como forma de degradação moral.
O livro narra a vida de moradores de uma habitação coletiva miserável. Aluísio Azevedo analisa de modo objetivo e extremamente realista diversos tipos humanos. O homem é mostrado de forma crua, com todos os seus vícios e defeitos mais sórdidos.
O traço mais marcante da obra é a constatação de que o homem é produto do meio em que vive. A vida dos personagens do livro se entrelaça e o Cortiço – meio em que vivem – é o núcleo gerador de todos os acontecimentos e modificações ocorridas com os seus integrantes. O próprio cortiço, na verdade, é o protagonista do livro, ele fervilha e produz os tipos humanos que lá se encontram. O Cortiço é sem dúvida uma obra imperdível. O retrato dos tipos humanos, as diversas intrigas, a descrição do ambiente e o irônico desfecho do livro justificam a sua classificação pelos estudiosos como verdadeira obra-prima.