O Cortiço
A segunda metade do século XIX é caracterizado pela consolidação do poder da burguesia, o materialismo e o crescimento do proletariado. Por um lado havia o progresso, representado pelo crescimento das cidades, por outro lado havia o crescimento dos bairros pobres onde residiam os operários. Enquanto a burguesia lutava pelo dinheiro e pelo poder, o operário manifestava sua insatisfação promovendo as primeiras greves. Sob esta conjuntura nasceram e se desenvolveram as ciências sociais, preconizando o desenvolvimento científico que fez com que o idealismo e o tradicionalismo fossem substituídos pelo materialismo e racionalismo. O método científico passou a ser o meio de análise e compreensão da realidade. Algumas teorias deram fundamentos ideológicos à literatura do Realismo-Naturalismo, quais sejam a Teoria Determinista (Hippolyte Taini, 1825-1893), que diz que o comportamento humano é determinado pela hereditariedade, pelo meio e pelo momento e o Evolucionismo (Charles Darwin, 1809-1882), que defende a tese de que o homem descende dos animais.
As características comuns a esta escola literária são intrinsecamente conectadas à realidade da época, dando às obras um tom menos poético e subjetivo, comuns às escolas precedentes. Nos romances realistas e naturalistas podem verificar:
• Veracidade: Procura narrar os fatos que tenham seus correspondentes na realidade;
• Contemporaneidade: Procura a realidade que lhe é contemporânea; Retrato fiel das personagens: Retrata os tipos concretos, vivos, ou seja, não-idealizados;
•Gosto pelos detalhes específicos: descreve os mínimos detalhes, as minúcias na caracterização das personagens e ambientes. Materialização do amor: O homem passa a ver a mulher como objeto de prazer;
• Denúncia das injustiças sociais: Acredita numa função social da arte, mostrando o preconceito, a hipocrisia, a ambição dos homens;
• Determinismo e relação de causa e efeito: Procura uma explicação lógica para as atitudes das