O contexto e o processo de industrialização
A industrialização desses países decorre, em alguns casos, de iniciativas públicas e privadas internas, e, de maneira mais geral, do deslocamento espacial de grandes empresas transnacionais da Europa, dos Estados Unidos e do Japão para países do mundo subdesenvolvido, essencialmente da América Latina e do sul e sudeste da Ásia.
As multinacionais, especialmente no contexto do pós-guerra, aproveitaram-se dos avanços técnicos nas áreas de transportes e comunicações e transferiram fábricas para o terceiro mundo em busca de vantagens comparativas, tais como mão de obra barata, sindicatos fracos, ofertas atrativas de incentivos fiscais, menor pressão ambiental, matéria-prima abundante e mercados consumidores crescentes.
Países como Brasil, México, Turquia, China, Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura, Índia, África do Sul e o território de Hong Kong receberam pesados investimentos industriais que mudaram o perfil de ocupação da população economicamente ativa, impulsionaram migrações do campo para as cidades e aceleraram o crescimento urbano que, em muitos casos, foi marcado pela desordem e pelas péssimas condições de vida oferecidas aos mais pobres.
Como o crescimento industrial desses países se dá em pleno contexto de guerra fria, a imposição da influência política e econômica do bloco capitalista e o combate à expansão do socialismo contribuíram para que a maioria desses países vivesse experiências políticas ditatoriais até o fim dos anos 80 ou início dos anos 90, quando a guerra fria acabou. As ditaduras ajudaram a garantir a segurança contra possíveis estatizações dos investimentos produtivos feitos pelas transnacionais nesses países.
As transformações na base produtiva das economias emergentes que constituem os Novos Países Industrializados foram capazes de substituir a velha divisão internacional do trabalho – onde os países subdesenvolvidos eram meros exportadores de bens primários e os países desenvolvidos