O Conhecimento

2.1 O Conhecimento

O que é conhecimento? O resto da vida seria insuficiente para responder tal questão, mesmo pressupondo que teremos uma vida longa pela frente ou que a humanidade continue indefinidamente investigando isso. Mesmo porque não sabemos das possibilidades de se chegar a algo completo com relação a qualquer coisa e conhecimento é uma delas. Mas o “é” da questão pode nos iludir, freando-nos numa crença de que seja possível falar tudo sobre um objeto, ou nos encaminhar para o percurso de busca ontológica do conhecer. Não é um nem o outro o nosso projeto. O que pretendemos com a pergunta é a realização de uma reflexão que esclareça melhor possível, o processo de construção do conhecimento.
Num primeiro momento, ao pensar no termo “esclarecer” já estamos tomando uma posição demarcadora de teorias afirmativas de como ocorre a apreensão do real. Estamos dizendo, por meio de uma analogia, com as possibilidades oferecidas pelas partes materialmente sensíveis do real, que podemos lançar luz sobre formas abstratas referentes a objetos materiais ou imateriais. Luz de grande variação de intensidade dependente do emissor, da própria luz e do receptor da claridade. Quer dizer que clareamos os objetos intelectivos e o reflexo, enriquecidos de novos dados de tais objetos, clareia o nosso intelecto. Se for assim, espera-se que um intelecto mais esclarecido possua mais do real. Assim a realidade seria maior ou menor dependendo do sujeito que se relaciona com ela. Se o conhecimento for algo crescente, considerando a variação temporal, um sujeito que vive no século XXI pode ser compreendido como mais sabedor das coisas do que um do século XII, por exemplo. A validade de tal raciocínio repousará na intenção de uso que se pretenda fazer dele. Se for apenas para a verificação de diferenças de tendências racionais, tal posição relativamente se sustenta. Se for para uso de demarcação de predomínio do mais conhecedor sobre o menos, a sustentabilidade da posição torna-se