O conhecimento e sua representação
Alice Ferry de Moraes Etelvina Nunes Arcello INTRODUÇÃO No dia a dia de uma biblioteca ou centro de documentação estão presentes rotinas como as de classificar e indexar documentos. São tarefas importantes porque estão ligadas à identificação, recuperação e transferência de informações para quem, além de usuário, eventualmente, torna-se um produtor de conhecimento. A comunicação do conhecimento, através de documentos recheados de informações e dados, além de ser um problema essencialmente social do nosso tempo, constitui-se em campo de estudo e pesquisa. (Foskett, 1974). A adaptação dos assuntos contidos e identificados nos documentos aos assuntos estipulados nas tabelas de classificação, nas listas de cabeçalhos e nos tesauros provocam insatisfação por parte do profissional responsável por esta tarefa principalmente quando o assunto pertence às ciências sociais. Aonde está o entrave? Por que a dificuldade? Por que, apesar dos instrumentos criados, classificar continua sendo um quebra-cabeças? Uma análise mais detalhada aponta para um problema anterior. As ferramentas empregadas para classificar são constituídas por representações construídas pelos homens que vivem em sociedade. Estas representações sofrem, portanto, influências sociais, porque elas fazem parte de uma ação social, mesmo quando relacionadas às ciências exatas. Através da percepção e da razão, os homens formulam conceitos abstratos a respeito da realidade que os cerca. Os conceitos agregados sob o mesmo objeto e organizados metodologicamente produzem o conhecimento científico e histórico, que por sua vez carrega consigo a visão de mundo do cientista (pesquisador/conhecedor). Portanto, para entender classificações de assuntos, é preciso percorrer o caminho que as antecede, ou seja, saber que são representações a partir de conceitos que, por sua vez, integram o conhecimento. Em seguida, enfocar a transformação do conhecimento novamente em representações para sua