Representação e significação A representação é um sistema de significação. Utilizando os termos da lingüística estruturalista, isso quer dizer: na representação está envolvida uma relação entre um significado (conceito, idéia) e um significante (uma inscrição, uma marca material: som, letra, imagem, sinais manuais). O processo de significação é fundamentalmente social. A semiótica – como prática de descrição e análise da significação – está preocupada com aqueles objetos que resultam de um processo de construção social, isto é, precisamente aqueles objetos que, na formulação de Saussure, podem ser caracterizados pela relação "significante/significado" – signos. Como sabemos, Saussure, tendo como foco a língua, destacou o caráter arbitrário do signo. Não existe nenhuma relação intrínseca, "natural", entre significante e significado: um significante determinado deve sua forma e sua conexão com um determinado significado exclusivamente à convenção social. Na ausência desse vínculo "natural", um determinado signo só se destaca em sua singularidade e identidade por ser diferente de outros signos numa cadeia de significação. Aquilo que um signo é só fica estabelecido nessa cadeia de diferenças. Sua identidade é sempre dependente da diferença. A semiótica pós-saussureana, ao ampliar o terreno da significação para signos que extrapolam o domínio da língua, vai se preocupar com signos nos quais a relação entre significante e significado não é puramente arbitrária, como, por exemplo, na fotografia e em outros tipos de imagem (sistemas analógicos de significação). Nessa ampliação do processo de significação, a semiótica estruturalista acabou por caracterizar de forma talvez demasiadamente rígida e fechada os processos e as práticas de significação. Ao descrever e analisar os códigos, as convenções, as estilísticas, os artifícios, as estruturas que dirigem as práticas de significação, destacando o pólo da produção de sistemas de