O conhecimento necessário às competências do psicólogo que atua com famílias em conflito judicial
Eliane Pelles Machado Amorim
Curso de Especialização Lato Sensu em Direito das Famílias Civil-Constitucional
Resumo
Em face ao crescente número de famílias que busca o judiciário para a resolução de seus conflitos, os operadores do Direito, em especial os que atuam com o Direito de Família, têm compreendido a importância do acompanhamento psicológico, reconhecido pelo Código de Processo Civil como perícia psicológica e utilizada como avaliação complementar das famílias, uma vez que a sentença judicial por si nem sempre proporciona aos participantes de um processo meios de enxergarem novas possibilidades de lidar com situações de conflito e buscarem mudanças mais saudáveis em suas vidas. Diante de tamanha confiança e responsabilidade, conhecimentos específicos dos psicólogos que acompanham tais famílias se fazem necessários. O presente artigo propõe, então, levantar esses conhecimentos, avaliar e refletir acerca das competências e habilidades necessárias ao psicólogo na execução dos acompanhamentos e laudos de famílias em conflito judicial, por meio de pesquisa bibliográfica e da própria experiência da autora deste trabalho, utilizando como aporte teórico o pensamento sistêmico na interface sociopsicojurídica em questões familiares.
Palavras-chave: Competências e Habilidades do Psicólogo; Famílias; Pensamento Sistêmico; Interface Sociopsicojurídica.
1. Introdução
O presente trabalho, desenvolvido a partir do Curso de Especialização em Direito das Famílias Civil-Constitucional, propõe uma reflexão acerca das competências e habilidades do psicólogo que atua com famílias em conflito judicial, normalmente encaminhadas pelos juízes das Varas de Família para a perícia psicológica.
De acordo com Silva (2009), a perícia psicológica consiste em um exame de situações (relações entre coisas e/ou pessoas) ou fatos (ocorrências envolvendo coisas e/ou pessoas)