O Combustível Indignação
A política como pulsão vital.
Texto originário:
O combustível indignação.
Como no dito popular, não há o que trabalhe de graça, pois até o relógio precisa de corda, e assim são as pessoas em relação à política, elas precisam de algo que as façam se envolver, tomar parte e levantar para o trabalho, um combustível. As questões são: qual o combustível de hoje? Um único combustível move todo um povo? Por quanto tempo dura o impulso de um combustível? É o que se deve pensar nesse cenário de desânimo político nacional.
Vê-se que ao longo da história, sempre foi necessário algo para que o homem, que naturalmente é um indivíduo político, se interessasse pelo processo político do seu povo, algo que trouxesse bom ânimo ao indivíduo e o tornasse parte de um todo, preocupado com o bem comum e geral do grupo a que pertence. O que Cortella define como um combustível de ação.
Pulsão vital, um termo utilizado por Sigmund Freud e, tomado por Mario Sergio Cortella como termo de definição do que move a sociedade e o indivíduo para a busca de melhorias. Também é usada como base de intertextualidade a definição da utopia no horizonte, proposta por Eduardo Galeano, a qual diz que a utopia é algo inalcançável como o horizonte, mas, essa é a sua função, fazer as pessoas caminharem rumo à perfeição, mesmo que essa seja inatingível. Nas palavras de Cortella o “horizonte é mesmo meta, aquilo que miro. Quando quero alcançar algo, preciso lutar para isso, em vez de ficar aguardando. É meu adversário quase na expressão grega de agonía (luta ou aflição), na qual preciso ser protagonista e ter um antagonista.” (p. 13 e 14).
Em observância do passado político do Brasil, percebe-se que o que traz o impulso inicial da busca por melhorias é o adverso, algo que incomoda grandemente, o que se apresenta como inaceitável. Isso foi o que funcionou a máquina dos protestos naquela época, algo que hoje, causa mais asco e repulsa por