O ciclo econômico na ótica de Schumpeter
Introdução
Chegaram ao conhecimento de Schumpeter duas objeções acerca de sua teoria sobre os ciclos econômicos. Embora tais críticas serviram apenas para ratificar a sua convicção, tendo em vista que Schumpeter considera o seu trabalho correto até o presente momento, o autor resolveu comenta-las com o intuito de esclarecer as demais dúvidas.
A primeira crítica observada foi aquela na qual a sua teoria foi considerada como uma “psicologia das crises”. No entanto, para o autor, como os termos psicologia das crises e teoria das crises são bem diferentes, os mesmos precisam ser bem explicitados para não resultar em incertezas ou ambigüidades. Nesse sentido, o primeiro termo denota: “insistir naquelas aberrações tragicômicas do temeroso mundo dos negócios que notamos, e especialmente temos notado no passado, em todas as crises”. O segundo termo, por sua vez, significa: “basear uma explicação científica seja sobre os fenômenos que obviamente acompanham ou resultam da crise (pânico, pessimismo etc.) seja, o que seria apenas um pouco menos ruim, sobre tendências altistas prévias, febre de promoções etc”.
Dessa maneira, a “psicologia das crises” seria o estado emocional dos agentes econômicos - verificado no mundo dos negócios em momentos de crise - manifestado sob a forma de pânico, pessimismo, etc. Por outro lado, a “teoria das crises” , como o nome já induz, é uma teoria que procura explanar esse estado emocional - que resulta da ou que acompanha a crise - de modo meramente científico. Assim, Schumpeter diz que explica não apenas a “conduta exterior”, ou seja, esse estado emocional dos agentes, como as flutuações econômicas que acompanham os movimentos contra-cíclicos.
A segunda crítica feita à teoria schumpeteriana sobre os ciclos econômicos é que ela não explica a periodicidade das crises. Para contestar essa objeção, Schumpeter diz que existem dois tipos diferentes de periodicidade: “Em primeiro lugar, o simples fato