INSTABILIDADE FINANCEIRA
O objetivo desse trabalho é entender como o pensamento de Keynes e Schumpeter podem se relacionar, principalmente acerca da discussão da instabilidade no sistema capitalista. Desse modo, buscar possíveis pontos de convergência teórica entre eles e como podem auxiliar na compreensão da Hipótese da Instabilidade Financeira formulada por Hyman Minsky.
Keynes e Schumpeter
De acordo com Keynes as flutuações são inerentes ao capitalismo, o que gera a instabilidade do sistema é a incerteza do retorno dos investimentos. Ele trata a instabilidade de duas formas: a partir da natureza instável das decisões de investimento que estão sujeitas às variações e também a partir das crises capitalistas, que, por sua vez, está subordinada aos ciclos econômicos.
A partir dessas flutuações de confiança, às quais a economia está sujeita, ele percebe outras funções da moeda além de meio de troca, também como reserva de valor, ou seja, um meio de conservar a riqueza.
O "caráter essencial" e o determinante da periodicidade e recorrência do ciclo é a flutuação da eficiência marginal do capital, portanto, as suas variações podem determinar uma queda do nível de investimentos, que, se não for acompanhada por um incremento proporcional correspondente na propensão a consumir, afetará os níveis de emprego.
Se a eficiência marginal de capital é um fator preponderante para a compreensão dos ciclos, é importante perceber que ela é influenciada pelas "expectativas correntes relativas ao futuro rendimento dos bens de capital" (Keynes 1983), ainda que essas expectativas não tenham bases sólidas e confiáveis.
Nas crises, há uma súbita passagem de uma fase ascendente para uma fase descendente com um colapso da eficiência marginal do capital, que, por sua vez, intensifica uma atmosfera de incerteza levando ao aumento da preferência pela liquidez.
A incerteza é um elemento muito importante para entender essa