Economia
A "destruição criadora" de Schumpeter
Uma outra interpretação da crise econômica, basicamente de viés tecnológico, surgiu em 1911, exposta pelo economista austro-americano Joseph Schumpeter no seu A Teoria do Desenvolvimento Econômico (Theorie der Wirtschaftichen Entwicklung). O capitalismo, para ele, desenvolvia-se em razão de sempre estimular o surgimento dos empreendedores, isto é, de capitalista ou inventores extremamente criativos - os inovadores - que eram os responsáveis por todas as ondas de prosperidade que o sistema conhecia. Para Schumpeter eram eles os heróis da modernidade. O progresso dependia essencialmente desta vanguarda de empreendedores que quase sempre surgiam em grupos.
Nas etapas iniciais do capitalismo, na época do capitalismo concorrencial, o papel do empresário inovador misturava-se com o capitalista que engendrava o inusitado, que tanto poderia ser o lançamento de um produto até então desconhecido, que não existia antes no mercado (como por exemplo o telefone ou o automóvel), ou uma nova técnica de produzir (como fordismo ou taylorismo). Como igualmente a descoberta de uma nova matéria-prima ou mesmo a conquista de um outro mercado ainda não desbravado.
Qualquer dessas situações, mesmo que iniciada num só setor produtivo, provocava uma onda geral de transformações. O empreendedor compensava-se com enormes lucros porque coube a ele a primazia. Estabelecia-se assim o que Schumpeter chamou de lucro do monopólio, que gradativamente diminuía quando outros competidores se aproveitavam da inovação, explorando o caminho já aberto.
Tal processo de introdução do novo não era e não é feito sem dor. Ele destruía o que era antigo. A invenção do transporte à vapor por exemplo, os trens e os navios fizeram desaparecer a vasta rede preexistente de diligências, de carruagens, de clippers e demais embarcações à vela (tal como a informática e a robotização estão cancelando definitivamente milhares de postos de