O brincar na educaçao infantil

1 O BRINCAR

1.1 A DESCOBERTA DO BRINCAR

Desde os povos primitivos o lúdico já era presente. Na antiguidade Greco-Romana, o jogo era visto como algo para descontrair, não havendo nenhuma relação com a educação. Na Idade Media o jogo passa a ser uma ação de azar, por tanto, pecaminosa e proibida. No renascimento o jogo é usado nos centros acadêmicos, porém sua utilização na educação não acontecia. Somente a partir de pesquisas na área da psicologia infantil, a criança começa a ser vista como um ser capaz de compreender a realidade e de elaborar conhecimentos e o jogo, por ser uma atividade natural na infância, passa a ser um instrumento de grande valor para o desenvolvimento infantil. A criança sempre brincou. Essa afirmação possibilita a constatação de que a ação de brincar é própria da criança, porém, dependente de aprendizagem. Ao olhar crianças brincando o adulto tende a pensar que ela já nasceu sabendo brincar, isto se deve a naturalidade e a espontaneidade que a criança realiza a brincadeira. Entretanto, a ação de brincar é algo transmitido de geração em geração, necessitando de tempo e espaço para acontecer. A criança primeiramente explora o meio, imita o outro e depois diversifica estas ações, conforme as experiências e as possibilidades de sua faixa etária e dos estímulos que recebe. Cria situações cada vez mais complexas, o que antes era apenas exploração passa a ser um ato planejado, exigindo a evocação de algo já vivenciado, ressignificando saberes já construídos. Piaget (1975) no seu livro A formação Simbólica na Criança. Estabelece três tipos de jogos. Do nascimento ate o aparecimento da linguagem, apesar de reaparecerem durante toda a infância, a predominância são os jogos de exercícios. Primeiro ele surge sob a forma de exercícios simples, cuja finalidade é o próprio prazer do funcionamento, caracterizando-se pela repetição de gestos. Sua grande contribuição é a formação de hábitos, pois ao realizar os jogos de exercício, as crianças