O BEM-ESTAR DOS ANIMAIS
Eduardo Cardoso Teixeira
"Não permitas que ninguém negligencie o peso de sua responsabilidade. Enquanto tantos animais continuam a ser maltratados, enquanto o lamento dos animais sedentos nos vagões de carga não sejam emudecidos, enquanto prevalecer tanta brutalidade em nosso matadouros... todos seremos culpados. Tudo o que tem vida tem valor como um ser vivo, como uma manifestação do mistério da vida."
"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante."
Albert Schweitzer (Nobel da Paz - 1952)
Os homens e os animais possuem uma relação que vem sendo construída desde longa data. Já na era Paleolítica, na Pré-história, situado entre 100.000 e 65.000 anos atrás, o homem das cavernas demonstrava através de sua arte as suas relações de admiração e respeito pelos grandes mamíferos. Alternadamente, como escreve A. Escosteguy1, “foram caçados e caçadores, amigos e inimigos”. Com o passar do tempo, ocorreram muitas mudanças nessa relação, principalmente por parte dos humanos, que passou a explorá-los de forma impiedosa. A balança ficou efetivamente desfavorável aos animais quando Aristóteles destituiu os animais de razão, o que explicava o porquê de os animais existirem apenas para servirem ao homem. Segundo esse filósofo, “as plantas existem em benefício dos animais, e as bestas brutas em benefício do homem – os animais domésticos para seu uso e alimentação, os selvagens para servir de alimento e outras necessidades da vida, tais como roupas e vários instrumentos”2. Ao longo de muito tempo, e ainda hoje, essas idéias de domínio e de total liberdade de exploração dos animais por parte dos homens foram e são aceitas por vários pensadores e pesquisadores3. Com esse discurso antropocêntrico, se justificava, e ainda se justifica, por exemplo, o uso de animais em pesquisas científicas, sem a preocupação com qualquer tipo de ética para com eles. Tal