O banquete
Horas se passaram, mas assim que Joshua terminava uma comida, outra anfitriã lhe oferecia outra, e por mais que ele comesse, a cada mordida, mais fome ele sentia e mais difícil era resistir à tentação de saborear um novo fruto. Nunca era o mesmo, a cada momento ele achava que saboreara o mais delicioso dos prazeres, mas sempre mudava de opinião ao saborear o próximo.
Depois de muitos sabores, o rapaz já não tinha mais noção do tempo que se passara desde que partira de sua vila. Entre uma oferta e outra, o nó em sua garganta lembrava-o de que seu mestre contara. “É de tempos recentes que passamos por essa miséria. Há alguns anos, não mais que duas décadas, vivíamos em luxo nas terras do nosso rei. Mas desde a chegada daqueles monstros, tivemos que partir sem destino. Sinto, pois tu nunca viveras a verdadeira alegria de estar vivo, mas sinto ainda mais, pelo destino que estou escrevendo para ti, meu filho”.
Ao seu lado, o par de olhos, que o observava havia três sabores, finalmente se aproximara. Ela tinha um pequeno cacho de uva em mãos, e fora aquela que o convidou para o banquete. “Coma”, dissera ela, mas seus olhos perguntavam pela segurança do herói. Sabia que ele não mais recordava dela, mas ela não permitia a esperança de deixá-la. Ainda com a uva, baixou as mãos na altura da cintura e olhou intensamente nos olhos castanhos de Joshua. Olhava com tanto fascínio, que fazia seus olhos mudar de um calmo lilás para um vívido verde e para um amarelo inquisitivo. Com sua mão livre, tirou a jóia que guardava em sua tiara e a colocou nas mãos do guerreiro,