No Banquete Com
Rodrigo da Costa Araújo - rodricoara@uol.com.br
imagem: cena do filme "O Banquete de Babette"
Para Bel, uma transgressora Babete pós-moderna,
Para Profª Roseli Gimenes, que me inspirou
Para Martha Aded que ama este filme
Introdução
A Festa de Babette (1987), filme de Gabriel Axel, parece ser do tamanho do mundo (se isso pode ser pensando) quando instaura crises, reflexões, devaneios em tempos de pós-modernidade. Uma poética que instiga diálogo com vários textos. O filme, que tem como pano de fundo o final do século XIX e se passa num vilarejo na Dinamarca, também aponta repressões ocorridas em Paris.
Nossa leitura terá apoio nessa narrativa para falar ou propor reflexões que permitam a transgressão, inclusive a do pensamento, coisas do “tamanho do mundo” e também no conceito de intertextualidade proposto por Julia Kristeva. Portanto, não será novidade a interrelação do filme com o tema “o tamanho do mundo” porque, na formação de um outro texto, no caso desse curto ensaio, como aponta a estudiosa francesa, há um movimento simultâneo de absorção e modificação como registrado na epígrafe acima.
E, nesse caso, é o deslocamento que norteará os diálogos.
O filme explora uma fotografia gélida e sombria, retrata a vida com delicadeza dos signos, materializando, assim, o clima que norteia a pacata aldeia afastada da civilização e cujos princípios se refugiam no louvor a Deus e nos preceitos religiosos.
As personagens e Destino
Numa grande tempestade, em 1871, Babette chega ao vilarejo da Dimamarca fugida da guerra que assombra a França para se hospedar na casa das religiosas Matina e
Philippa, filhas do falecido pastor e mentor religioso do lugarejo.
Sob a égide do rigoroso pastor luterano, as irmãs conduzem a vida sob uma rotina religiosa, sacrificando paixões e desejos em nome da fé e das obrigações. Tinham o compromisso de manter vivos os ensinamentos do pai entre habitantes do pequeno lugarejo. Com a chegada de Babette, uma misteriosa