O banquete
Fedro, o primeiro a discursar, fala da inspiração do amor para a virtude, que é um dom e brota de si mesmo. E daí vem a felicidade entre os homens. Pois, a idéia do amor, é uma idéia em si mesma, e participa da idéia do Bem, e nessa participação se torna um com ela. Pausânias fala da duplicidade do amor, que pode corresponder à idéia de Outro que não seja o Bem, e que pode se manifestar no amante. Trata-se do amante popular, que ama o corpo mais que a alma, não é constante, e se prende a interesses não elevados.
Em seguida no discurso de Erixímaco, Eros, o amor, unificado ao Bem, é a essência de todas as coisas, pois através da arte da medicina, constata que o amor está presente em todos os seres. O Ser é a unidade de toda a multiplicidade reunida, passa da desordem para a ordem, estabelecendo a harmonia entre as partes. Na verdade fazem parte de uma composição, de um todo conecto e interligado. E o amor, faz a síntese, a unidade das contrariedades. Aristófanes, por sua vez, narra sobre os três gêneros da humanidade. Éramos um todo, e a essa totalidade dá-se o nome de amor, era essa a nossa antiga natureza. Feita a divisão, o amor tornou-se um desejo, uma vontade de completar-se, está sempre na busca de algo que sabe que lhe falta. A união é a cura, a bem-aventurança e a felicidade. Por isso sendo os homens o amor em essência, buscam-no uns nos outros.
Na seqüência, Agatão faz uma exposição sobre a natureza do amor, de onde vêm tantos dons. E sua morada, segundo ele, está nos costumes e nas almas dos homens. O amor é virtuoso, pois é justo, temperante e corajoso. Tem domínio sobre si e dele surge toda espécie de bem, o mais belo e melhor possível. Mas, é na fala de Sócrates, narrado com um mito, que é demonstrada a essência do amor, o seu ser, a sua idéia. Diante do mito narrado há de se entender porque