O baile
O Teatro e Seu espaço
(Peter Brook)
Sumário
Peter Brook e Seu Teatro – 2
O Teatro Morto - 3
O Teatro Sagrado - 23
O Teatro Rústico - 37
O Teatro Imediato – 57
Apresentação
*Este livro é baseado em quatro palestras pronunciadas por Peter Brook com o título O espaço vazio: O teatro hoje. As palestras foram realizadas nas universidades de Hull,
Keele, Manchester e Sheffield.
Desvendando Teatro (www.desvendandoteatro.com)
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Peter Brook e Seu Teatro
Peter Brook é um diretor e um homem de idéias – Seu The Empity Space* é um livro voltado para o futuro. Seu raciocínio dialético, entretanto, não parte de algo nascido de leituras, mas sim da experiência, do dia-a-dia da oficina-teatro. Sua linguagem é sobre um teatro que deve ser feito, teatro este nascido e testado sobre o palco já vivido. Esse avançar retornando é o tratamento que faz a dialética de Brook ganhar um dinamismo extremamente vivo: teatro é feito no vento, todos os dias se destrói, todos os dias se cria, não há fórmulas, não há preconceitos, teatro é brincadeira
– essas são suas idéias básicas e elasticamente desdobráveis.
Brook aceita a Crise. Mas identifica a Crise através daquilo que ele chama de mortal. Assim, logo de saída, estamos diante de um teatro mortal e de um teatro vivo.
Equacionada a Crise, seria um erro achar que o autor cairia num esquematismo assim tão simplista: o mortal se insinua no vivo; o vivo contém sempre matéria inerte e, novamente, estamos diante de um real relacionamento dialético. Brook define o mortal como o “mau teatro”, somente e de maneira exemplar: “teatro morto é aquele que rende culto a Chatice”, conclui com a força das grandes descobertas, no mesmo nível daquela que permitiu a Gramsci encontrar-se com o
Humanismo camponês.
Se The Empity Space divide-se em duas grandes partes, compostas pela análise profunda de quatro tipos de teatro: o Mortal, o Sagrado, o Rústico e o Imediato. A primeira parte – pars destruens – expõe a nu a