O Baile

Filme de Ettore Scola, O filme passa em revista 50 anos de uma vida, não a vida de uma pessoa, mas de um salão de baile que poderia estar em qualquer canto da França. Sem palavras, apenas por meio de gestos e olhares, vidas se entrelaçam na busca de um pouco de companhia. A profunda solidão das personagens se desenha década a década, indicando que mudam as músicas, os figurinos e as pessoas, mas os sonhos e desejos do homem continuam sempre sendo os mesmos.
A metáfora também está nos personagens e no cenário, são eles os principais espelhos que nos revelam os conflitos existentes da sociedade naquela época através de gestos, olhares, danças, trajes, faixas de protesto e bandeiras dispostaspelo salão, a falta de luz no cenário, moveis entulhados, ou seja, meios que mostram a representação da existência de um movimento.
Vemos, inicialmente, globos de espelhos brilhantes, presos no teto. Logo, somos apresentados ao cenário do filme: uma grande pista de dança, rodeada por mesas e cadeiras, um balcão de bebidas e uma escada ao fundo. Com o objetivo de embasar a inferência de que a história está, nesse momento, focada nos anos 80, destaca-se o vestuário feminino: trajes elegantes, arrojados, pessoas vestidas de diferentes estilos: casacos de peles, brilhos, decotes e muitos acessórios modernos usados na época. Um filme que mostra as transformações sociais e culturais na França dos anos 1930 à 1980 em um único salão de baile, onde pessoas se encontram e se relacionam. Sem diálogo algum e com um elenco amador, o diretor embala a obra com uma excelente trilha sonora clássica. Vencedor do Urso de Prata no Festival de