O açúcar na cozinha.
A vida não seria possível sem o açúcar! Esta frase, mesmo para o maior consumidor de açúcar, é um pouco exagerada não é? Mas em um sentido literal, levando em conta que a ‘espinha dorsal’ de nosso DNA é constituída por moléculas de açúcar, realmente a vida, da forma como a conhecemos, não seria possível sem ele.
O açúcar, da mesma forma que a cebola e o sal, está presente de maneira marcante na cozinha. Usamos muito de suas propriedades, mas, geralmente, desconhecemos porque e como elas atuam em nossas receitas e em nosso corpo. Sem falar que nem sempre tudo que é doce é açúcar, pois, nos últimos anos, o uso de adoçantes dietéticos artificiais e naturais teve um crescimento assustador, tanto para fins medicinais como estéticos.
Quais são as vantagens e desvantagens dos adoçantes artificiais e naturais? Qual o açúcar mais indicado: mascavo ou refinado? O que acontece com o açúcar na caramelização? Estas e outras perguntas serão respondidas ao longo deste trabalho.
A cana-de-açúcar é, talvez, o único produto de origem agrícola destinado à alimentação que, ao longo dos séculos, foi alvo de disputas e conquistas, mobilizando pessoas e nações. Não se sabe bem ao certo de onde ela veio, mas a maioria das referencias históricas indica que teriam sido os povos das ilhas do sul do Pacífico, há mais de vinte mil anos, que descobriram as propriedades desta planta, a qual crescia espontaneamente nas suas terras.
Foi na atual Nova Guiné em que se supõe que ela tenha sido cultivada pela primeira vez. Teriam sido os indianos o primeiro povo a extrair o ‘suco da cana’ e a produzir, pela primeira vez, o ‘açúcar bruto’, por volta do ano quinhentos antes de Cristo. Não é por acaso que seu nome é originário do sânscrito ‘çarkara’, que significa ‘grão’ e do qual vai derivar o nosso ‘açucar’, ‘sukkar’ para árabes ‘saccharum’ em latim, ‘zucchero’ em italiano, ‘seker’ para os turcos, ‘zucker’ para os alemães, ‘sugar’ em inglês, ‘sucre’ em francês e