O aço mudou o mundo
Na sequência da reforma do serviço militar efectuada em 1901, o Governo Português decidiu renovar o armamento de artilharia de campanha, nomeando uma comissão de oficiais para examinar comparativamente os modelos produzidos nas fábricas Krupp alemã e Schneider francesa. Esta comissão optou pelo modelo 75 francês, por considerá-lo “o mais perfeito e mais completo de todos os que tiveram ocasião de ver e apreciar”, tendo sido adquiridas 36 batarias das quais fazia parte a peça em exposição.
Produto da tecnologia do aço, o canhão 75 francês, da fábrica Schneider Frères & Cie., foi decisivo na vitória Republicana de 5 de Outubro de 1910 e no desenrolar da Grande Guerra, equipando parte das forças aliadas e o Corpo Expedicionário Português que se deslocou a França para participar no conflito. Foi nesta altura que algumas peças deste modelo foram aquarteladas no Castelo de São João Baptista sob a designação de Bateria de Artilharia de Guarnição n.º 3, aí permanecendo até aos anos quarenta.
Esta bataria integrou a defesa da Ilha Terceira e esteve aquartelada no Castelo de S. João Baptista desta cidade sob a designação de BAG 3 (Bataria de Artilharia de Guarnição n.º 3).
O conjunto existente no Museu de Angra do Heroísmo é o único completo em instituições museológicas e é constituído por :
4 peças de artilharia 7,5 cm TR
4 armões de tracção das peças de artilharia
4 carros de munições
4 armões de tracção dos carros de munições
1 carro de bateria
1 forja
2 armões de tracção do carro de bataria e da forja.
Os arreios mod. 1917 fazem parte da bataria. Os armões de tracção, além de servirem para o transporte dos artilheiros serventes, contêm cofres para transporte de munições, ferramentas e acessórios diversos.