O Auto da India

Moça: Jesus! Jesus! Por que a tristeza? É porque seu marido já partiu?
Ama: Olha aqui: por que iria chorar por isto?
M: Por minha alma, sempre imaginei que choraria por nosso patrão;
A: Por qual demônio ou marido traído chorarei?
M: Porque estás triste?
A: Deixe-me agora, o momento é ruim! Dizem que não vai já.
M: Quem disse esta tolice?
A: Disseram-me que o mais certo é ficar por aqui. Já que esta no ponto de partida, como pode voltar para trás?
M: Se eles já estão em Restelo, como pode vir a pêlo? É melhor ver jesus cristo.
A: É claro que meu desejo que eu fique.
M: O navio está prestes a partir.
A: Receio que algo falte e eles não partam, mas o demônio leva para o inferno para buscar a canela e agora diz que não?
M: Saberei se é verdade.
~ moça sai~
“Algum tempo depois”
Moça: Tenho novidades senhora, o navio já se fora.
A: Dou-te uma touca de seda.
M: Ou quando ele vier, dai-me do que vos trouxer.
A: Haverá de ser um momento ruim quando ele voltar.
M: Minha alma está virtuosa, que pena tenho dele!
A: Eita homem tedioso me deixou apenas uma moeda sem valor.
M: Num momento mais difícil fiquei assim: deixou-me por três anos, trigo, azeite, mel e panos.
A: Será que acontecera algo de ruim com você?
M: Será? Dizem por ai que quem mal diz aos outros, volta para si mesmo.
A: HÁ HÁ. Muito engraçada! Uma jovem graciosa ficar esperando pelo marido. Quando mais quando foi para Índia.
Castelhano: Eu quero paz nesse lugar!
A: Ah é você! Pensei que era alguém.
C: Esta dizendo que eu sou um nada?
A: Este bem, o que esta fazendo aqui?
C: Eu vim por conta própria desde quando me perdi, te vi bela, Nunca mais me encontrei.
Invisível me tornei,
Ando em um corpo sem alma, o vento que leva papel, me perdi em pensamentos, preferia não ter nascido.
~Ana ri ~
C: Você ri do que eu digo?
A: Eu sei oq me faz rir.
C: Rindo do transtorno ou por que não te mereço?
A: Continue.
C: Ó mi vida
Luz de todo Portugal
Tenéis gracias