resenha auto da índia

No conto de Miguel Torga, o mar representa uma fuga, um lugar de libertação universal utilizado por Vicente. Vicente representa os sentimentos que a tripulação da Arca de Noé, não teve coragem de demonstrar.
Neste conto, que é uma narrativa curta, concisa, com uma trama única, sendo o mar o único cenário, os personagens ao se depararem dentro da barca de Noé, sentem-se presos, porém somente o corvo teve coragem de demonstrar seu descontentamento a Deus .O comportamento de Vicente é enfatizado desde o início da trama, após Deus determinar a Noé a construção da arca e a acolhida de várias espécies humanas e não humanas, com o objetivo de purgar pecados e pecadores com o dilúvio, o corvo vê nessa atitude o castigo, a humilhação. Vicente recusa a obedecer ao que Deus lhe determinou, demonstrando insubordinação diante do criador. No desenvolvimento do conto é narrado o comportamento do mesmo, sua fuga da arca em busca da libertação, o comportamento dos tripulantes diante do fato e a reação de Deus ao constatar a fuga.
No desfecho Deus encaminha a arca até Vicente, que demonstra seu descontentamento pondo sua vida em risco ficando no único lugar em que o dilúvio ainda não tinha atingido, Deus diante desse comportamento, fecha as comportas do céu, salvando sua criação.
Na peça de teatro de Gil Vicente o mar é visto com interesse de expansão marítima, busca de enriquecimento rápido. Nesse gênero, o adultério é o tema principal, o marido deixa a esposa e empregada com provimentos para três anos e sai em busca de novas descobertas. Os fatos são narrados em um período de vinte e quatro horas a partir da saída do marido, a entrada dos dois amantes, a empregada que tenta defender seu patrão até a chegada do mesmo com muito dinheiro.
Narra o comportamento de uma esposa que vê no mar a libertação para seus desejos, fato que se assemelha ao conto de Torga e também o fingimento da mesma diante da chegada do marido o qual consegui através do mar obter uma das coisas que a