o auto amor
E eis o segundo, que é semelhante a aquele: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Toda a lei e os profetas estão contidos nestes dois mandamentos”. Qual deles é o mais importante? Evidentemente que eles se interagem entre si, mas como se pode amar a Deus e ao próximo sem primeiro se amar?
O ato de amar a si próprio é passível de se aprender e o mais genuíno ato de amor a si consiste na laboriosa tarefa de fazer brilhar a luz que há em nós. Isto, porém, não ocorre do dia para a noite, o auto-amor é um aprendizado de longa duração, até porque amar é uma lição para a eternidade.
O amor a si não se confunde com o egoísmo, porque quem tem atitude amorosa consigo está centrado no self. Conseguiu deslocar o foco de seus sentimentos para a fonte de sabedoria e elevação, criando ressonância com o ritmo de Deus. Amar-se é ir ao encontro de si mesmo, como denominava Carl Gustav Jung.
Ao amarmo-nos, começamos a vencer o individualismo e partimos para conquistar a nossa individuação, isto é, o processo paulatino de expressar nossa singularidade, a “Marca de Deus” em nós; o ato de talhar a individualidade, aquele ser distinto e único que está latente dentro de nós. Para chegarmos a nossa individuação, é necessário aprender a escutar a nossa alma.
Escutar a alma é aprender a discernir entre sentimentos e o conjunto variado de manifestações íntimas do ser, sedimentadas na longa trajetória evolutiva, tais como instintos, tendências, hábitos, complexos, traumas, crenças, desejos, interesses e emoções. Ao escutar a alma, haveremos, inevitavelmente, de encontrarmos a nossa luz, mas também a nossa sombra, que somente se tornará uma ameaça se não for reconhecida. A nossa sombra só pode ser prejudicial quando negligenciamos