O ato suicída no hospital gera: a
“Queria-me matar
Mas não sabia quando
Se num dia de sol
Se num dia de chuva
Queria-me matar
Mas não sabia como
Se queimado
Se asfixiado
Queria-me matar
Mas não sabia com que estado de espírito
Se contente
Se triste
Queria-me matar
Mas não me decidia
Logo decidi viver !!!”
(Lord Guancestry, 2008)
O objeto de estudo desta monografia é o ato suicida no contexto do hospital geral. Este tema surgiu a partir de estágios realizados em hospital geral, nos quais se observou que este ato traz um grande desconforto a todos envolvidos, cabendo intervenções e alternativas no tratamento deste paciente que devam reduzir a possibilidade de um outro ato deste tipo.
Diante deste desconforto, observa-se a existência de peculiaridades no atendimento deste paciente, à medida que, ao contrário da maioria dos outros pacientes que se encontram hospitalizados, este não partilha do ideal existente dentro do hospital geral de lutar contra a morte. Todavia, além da categoria de
“paciente com tentativa de suicídio”, existe um sujeito, na qual urge pela saída de sua angústia. Assim, nesta monografia, o ato suicida, pelo viés da Psicanálise, é marcado pela falta de atribuição de sentido a essa angústia derivada do encontro do sujeito com o Real.
Verifica-se que a literatura acadêmica sobre o tema é bastante escassa e geralmente é desenvolvida apenas pela psiquiatria, apesar da complexidade e o lugar de “problema de Saúde Pública” indicado pela OMS (OMS, 2002 apud
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Há nessa restrita literatura diversos estudos
epidemiológicos e estatísticos, mas há pouco aprofundamento das questões que levam os sujeitos ao ato suicida, assim como um delineamento das formas mais viáveis de se acolher e tratar o paciente com tentativa de suicídio.
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Por estar amplamente relacionado com questões referentes à subjetividade e muitas vezes, atrelado ao campo de saúde mental, a presença da Psicologia no processo de acolhimento