O Anticristo de Nietzsche

912 palavras 4 páginas
A Transvaloração dos Valores Cristãos

" Eu condeno o cristianismo, eu instauro contra a Igreja cristã a mais terrível das acusações que alguma vez tenha sido feita por um promotor. Para mim, ela é a maior das corrupções imagináveis, ela teve a última das corrupções possíveis."
Friedrich Nietzsche - O Antricristo

O Anticristo, escrito por Friedrich Nietzsche em 1888, é um ensaio em que o autor procura fundamentar o que ele chama de "condenação eterna" ao cristianismo e sua moral. Com uma linguagem que não hesita em usar adjetivos pouco delicados nem dispensa uma fina ironia, Nietzsche aborda em 62 curtos capítulos diversos aspectos do cristianismo, procurando reduzi-los à mais desprezível forma de pensamento. Logo de início, o autor introduz o conceito de décadence, que seria uma forma de corrupção do ser, quando ele passa a preferir o que lhe é prejudicial e a negar, portanto, a própria vida. Nesse sentido, o cristianismo é um niilismo. Pelo resto do livro, diversas argumentações são construídas para provar essa negação da religião cristã à vida. Conforme ele mesmo diz: "A história de Israel é inestimável como história típica de toda desnaturação de todos os valores naturais (...)". Passa-se, segundo Nietzsche, a preferir o sofrimento, a doença, a pobreza e a subordinação a saúde, riqueza e força. O cristianismo viria de um ressentimento e de um ódio, uma forma das pessoas fracas e doentes de encontrarem nesses "defeitos" um meio de se divinizar, de ter garantida, em uma vida posterior, a bem-aventurança, contra as pessoas já "bem-aventuradas" na vida terrena, que seriam condenadas ao inferno. Valoriza-se, portanto, tudo que é contrário à vida. Outra idéia defendida é a de que o cristianismo é contra a realidade. Todos seu conceitos são calcados na "além-vida", em uma vida que nem se pode provar que existe ou não. Nas palavras do autor:
"Ele [Jesus] fala apenas do que é mais interior: "vida" ou "verdade" ou "luz" são as suas palavras para

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