O afeganistão e o talibã
O Talibã foi um exército formado por afegãos sunitas que tomaram a capital do país, Cabul, em 1996 (também incluía muitos voluntários não-afegãs do mundo árabe, assim como de países da Eurásia, e do sul e sudeste da Ásia). Tratava-se de um grupo extremamente nacionalista e muito violento, que estabelecia inúmeras proibições durante seu regime, tais como: leitura de alguns livros, portar câmeras sem licença, cinema, televisão, uso de videocassetes (considerados decadentes e promotores da pornografia ou de ideias não muçulmanas), uso de internet, música, artes (pinturas, estátuas e esculturas de outras religiões), as mulheres só podiam sair acompanhadas de um homem, empinar pipas (considerado perda de tempo, além de serem usadas em rituais hindus), fotografar mulheres e exibir tais fotografias, plantio de ópio, rinha de cães, previsão do tempo, barbear-se, etc. Além disso o regime talibã impedia as mulheres de trabalhar e tinha regras rígidas sobre a educação feminina. Em alguns casos, as mulheres eram impedidas de terem acesso a hospitais públicos para que não fossem tratadas por médicos ou enfermeiros homens. As mulheres não podiam sair de casa sem acompanhantes do sexo oposto e saíam somente pela porta de trás do ônibus, as que eram viúvas ou que não possuíam filhos não eram consideradas pessoas pelo estado e muitas vezes enfrentavam a fome.
O Talibã surgiu como uma alternativa caracterizada pela predominância pachtun e pelo rigor religioso extremo, criando na população expectativas de que acabaria com o constante estado de guerra interno e com os abusos dos senhores da guerra. Controlando noventa por cento do Afeganistão por cinco anos, o regime talibã, que se chamava o "Emirado Islâmico do Afeganistão", ganhou o reconhecimento diplomático de apenas três países: Paquistão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Tinha, como objetivo declarado, impor a lei islâmica e alcançar um estado de paz. Em 2001, o Afeganistão foi