Conflitos no afeganistão
Até os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA, o Afeganistão era um país quase desconhecido para o público mundial. Sabia-se, quando muito, que lá existiam líderes tribais - que bombardearam estátuas milenares de Buda - à frente de um regime fundamentalista. Hoje, é quase impossível falar de política externa dos EUA ou de relações internacionais e não mencionar a nação asiática invadida pelos americanos e agora afundada em uma crise social, política e econômica.
O objetivo deste trabalho é falar um pouco do Afeganistão, este país que vem sofrendo com os conflitos existentes lá a vários anos, com uma expectativa de vida de 44,5 anos, a segunda pior taxa de mortalidade infantil do mundo e o maior índice de refugiados.
Os afegãos enfrentam grandes desafios futuros - entre eles o de colocar um fim à guerra atual.
Histórico: os soviéticos e os talibãs
Para entender o Afeganistão de hoje é preciso voltar um pouco no tempo. Em 1978, em plena Guerra Fria, um golpe levou ao poder no Afeganistão um governo comunista apoiado pela União Soviética (URSS), mas que sofreu bastante resistência interna.
No ano seguinte, a URSS invadiu o país, bombardeando vilarejos e prendendo civis.
Guerrilheiros religiosos, os mujahideen, financiados pelos EUA e pela Arábia Saudita, formaram a principal resistência à ocupação, usando a 'guerra santa' muçulmana, a jihad, como grande causa. Entre esses guerrilheiros, estava o futuro líder da rede al-Qaeda, Osama Bin Laden.
Mas as guerrilhas rebeldes, concentradas em sua maioria no Paquistão, não estavam unidas, e de nada adiantava a ajuda em armas e dinheiro enviada pelos americanos.
Com a decadência da URSS e a saída dos soviéticos dez anos depois, em 1989, o governo do presidente afegão Mohammad Najibullah herdou uma crise política e foi derrubado em 1992, quando um acordo entre os mujahideen permitiu a governança.
Nessa época, no sul do Afeganistão, surgiu outro grupo militante, liderado por Mullah