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Sob a ameaça inglesa – Unificado no século XVIII, o Afeganistão só começou a existir aos olhos do mundo ocidental no século seguinte, quando caiu na teia de interesses das potências da época. O império britânico, que já controlava a Índia, queria mais: impedir um avanço da Rússia czarista até o Oceano Índico, garantindo assim a hegemonia sobre toda a Ásia Central. O coração estratégico da região era, e continua sendo, o legendário Desfiladeiro de Kiber, a passagem através das montanhas geladas da Cordilheira do Hindu Kush, que no trecho mais estreito chega a ter apenas 3 metros de largura. Foi lá o palco do maior desastre militar da história da Grã-Bretanha no subcontinente indiano, ocorrido em 1842. Derrotado pela furiosa resistência à presença britânica em Cabul, o general William Elphinstone negociou a retirada de suas tropas, ao todo 16.000 almas (4.000 militares, entre britânicos e indianos recrutados para o exército colonial, e 12.000 civis). Com a exceção de um único soldado, foram todos massacrados. Na segunda investida inglesa, entre 1878 e 1880, ataques suicidas de afegãos envoltos nas bandeiras verdes do Islã mais uma vez expulsaram as forças coloniais, que bateram em retirada deixando para trás 1.320 mortos, 1.000 rifles e 600 espadas.
A independência – Em 1919, o país travou a terceira e última guerra com a Grã-Bretanha, conseguindo acabar definitivamente com as investidas colonialistas em seu território. O líder do movimento, Amanollah, é coroado rei e dá início a um período de modernização, com novidades como a criação de escolas para meninas e o fim do uso obrigatório do véu pelas mulheres. Uma década mais tarde, Amanollah é deposto em decorrência de uma rebelião principiada por uma tribo do norte, furiosa por perder o direito de tributo, e agravada pelo repúdio popular desencadeado quando sua mulher teve o azar de ser fotografada com o rosto descoberto em uma