o administrar politico
A maioria dos nossos intelectuais ainda acredita que o mundo é controlado por “empresários”, pelos “donos do poder”, por uma “classe dominante” preocupada exclusivamente em maximizar lucros e com seus próprios interesses.
É um insulto à inteligência de seus leitores, alunos e a todos os administradores formados deste país em particular desconhecer a revolução bem-sucedida que se concretizou no século XX no mundo inteiro. Fruto dessa revolução conseguimos a derrota definitiva dos empresários, o grande sonho de Karl Marx. Essa revolução foi exaustivamente relatada nos livros do jornalista e administrador austríaco Peter Drucker, que infelizmente a maioria dos intelectuais da América Latina jamais se interessou em ler. Uma revolução que infelizmente ainda está em processo no Brasil, e ainda pode ser sabotada pelos mesmos intelectuais.
Ao longo do século XX, os empresários do mundo inteiro foram sendo lentamente substituídos por um grupo de revolucionários que, sem derramamento de sangue, tomaram o poder das empresas. Refiro-me a um novo protagonista da história, os administradores profissionais, os gestores sociais, pessoas especialmente treinadas para conciliar os interesses conflitantes entre clientes, fornecedores, acionistas, trabalhadores, ecologistas, ONGs e governo.
O acionista majoritário, o famoso “empresário”, deixou de ser o todo-poderoso e de administrar sua empresa em causa própria, à custa dos demais.
O novo tipo de empresa é o de “capital aberto” com milhares de acionistas que oferecem “capitais sociais” para a sociedade. Essas empresas, listadas em bolsa, não têm dono, no sentido de que não são administradas pelos “donos”, mas por administradores profissionais. Esses revolucionários humanizaram as empresas, tornando-as socialmente responsáveis, valorizaram fornecedores, clientes e trabalhadores.
O objetivo da empresa passou a ser servir à sociedade em geral, e não servir aos