IDEOLOGIAS DO SÉCULO XIX
As ideologias do século XIX estão associadas às transformações sociais e econômicas ocorridas na Europa e também ao surgimento do operariado como classe antagônica à burguesia. Num panorama de luta de classes marcado por greves, reformas e revoluções, as doutrinas socialistas, contrárias ao liberalismo e ao capitalismo e pregavam o restabelecimento da soberania do trabalho sobre o capital.
LIBERALISMO
A partir da Revolução Industrial, a Europa se caracterizou pelas novas concepções de riqueza e trabalho contidas no capitalismo, teorizado pelos economistas liberais clássicos Adam Smith e David Ricardo. A descoberta de novas técnicas permitiu a mecanização da produção, consolidando o sistema fabril com a aplicação dos capitais em máquinas e matérias-primas. Porém, o alto custo das máquinas e ferramentas industriais levava os empresários a utilizá-las intensivamente, a fim de recuperar os investimentos iniciais e obter lucros.
Isso era feito mediante o emprego de uma mão-de-obra barata e numerosa, submetida a jornadas médias de trabalho de dezesseis horas por dia. Mulheres e crianças eram largamente empregadas, uma vez que sua remuneração era inferior à da mão-de-obra masculina. Portanto, os objetivos dessa ideologia era manter a inviolabilidade da propriedade privada, buscar cada vez mais, lucros aviltantes e tudo isso, é claro, à custa do trabalho humano – principal força criadora de riquezas. SOCIALISMO UTÓPICO
Também chamado de socialismo romântico, surge no início do século XIX e concebe a organização de uma sociedade ideal sem conflitos ou desigualdades. Robert Owen (1771-1858), rico industrial inglês que se transforma em um dos mais importantes socialistas utópicos. Sua contribuição nasce da própria experiência. Instala em New Lanark (Escócia) uma comunidade inspirada nos ideais utópicos. Monta uma fiação no centro de uma comunidade operária e promove a organização de serviços comunitários de educação, saúde, assistência